Um tamanduá-mirim foi espancado no último domingo (10) e jogado ainda vivo numa lixeira no bairro Liberdade, em Marabá, no sudeste do Pará.
"É chocante presenciar tamanha violência gratuita com a vida de um animal inocente", afirmou a veterinária Christina Whiteman, chefe do Núcleo de Fauna da Gerência Executiva do Ibama de Marabá.
O animal foi recolhido e encaminhado à unidade do Ibama no município e está sendo tratado à base de antibióticos, anti-inflamatórios, suplementos vitamínicos e alimentação especial.
Uma denúncia anônima alertou aos militares do Corpo de Bombeiros que o animal estaria sofrendo maus-tratos. Os militares encontram o animal agonizando num monturo na avenida Brasil.
A veterinária lembra que apesar dos cuidados, o animal corre risco de morte, uma que não está reagindo bem aos medicamentos. Há um sangramento pelo nariz e várias escoriações pelo corpo indicam que pode haver danos internos, principalmente na cabeça.
O animal, a julgar pelos ferimentos, pode ter sido agredido a pauladas. "Infelizmente, não é o primeiro caso de ataque gratuito contra animais aqui na região", lamenta a veterinária.
Somente este ano, um homem testemunhou quando um motorista atropelou propositadamente uma sucuri que passava lentamente pela estrada e os bombeiros salvaram outro tamanduá-mirim que estava sendo apedrejado por crianças.
Mês passado, um tatu também foi alvo de violência praticada por crianças. Uma moradora do bairro Liberdade revelou que apedrejar iguanas, por exemplo, é "diversão" frequente dos jovens de lá.
"Estamos orientando a população que ferir animais é considerado crime pela lei. E reforçando, que, mesmo aqueles que possam oferecer risco à população não devem ser feridos ou mortos, como serpentes e jacarés”, afirma.
A ambientalista sugere que em caso de risco, os bombeiros e órgãos ambientais devem ser chamados para recolher o animal. “Mas precisamos da conscientização e apoio de todos para tentar mudar esse cenário de violência contra os animais. Os valores de respeito à vida também devem ser transmitidos às crianças por suas famílias", diz Christina.
Nunca é demais lembrar que enquanto os ambientalistas se preocupam em preservar a fauna, muitos outros estão mais inclinados a matar os animais.
Em muitos casos as caçadas são tidas como esportes e os animais são servidos com iguarias em fartos banquetes. Nelson Feitosa/Ascom Ibama/PA
terça-feira, 12 de abril de 2011
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