Crime contra adolescentes em São Félix do Xingu sem solução

Exumação visa dirimir dúvidas

Peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, de Marabá, recolheram, no sábado pela manhã, diversos tipos de materiais dos restos mortais de duas adolescentes que estavam sepultados em São Félix do Xingu, precisamente na Vila Taboca, distante cerca de cem quilômetros da cidade.

As duas adolescentes, Leila Félix do Nascimento 13, e Fabiana Lopes da Mata, 12 foram encontradas amarradas, com as mãos pra trás em cima de uma cama, no dia 24 de janeiro deste ano. Ambas podem ter sofrido estupro e diversos outros de violência.

Esta dúvida permeia a cabeça do delegado Edvaldo Machado dos Santos, tanto que requereu a exumação e prontamente foi atendido pelo diretor regional do CPC, Marcelo Yaghi Salame.

Segundo o médico legista Marcos Jová Santos da Silva em função do hiato de tempo entre o crime e a exumação, são pequenas as chances de haver vestígios de material do acusado Júlio César Costa Barbosa.

Crime – Segundo consta no inquérito policial, o acusado participava de uma festa na casa de uma das adolescentes e à noite teria retornado para cometer o duplo homicídio.

No dia seguinte, moradores desta vila descobriram os dois corpos das meninas em cima de uma cama. Ambas estavam dormindo sozinhas, motivo pelo qual deve ter facilitado a ação do criminoso.

Júlio Barbosa foi preso logo em seguida e a população ainda quis linchá-lo, porém policiais militares da Vila impediram e alegaram que ele deveria ser preso e processado.

Por conta da demora da exumação e por não ter uma prova concreta contra o acusado, acabou sendo solto e agora o delegado Edivaldo Machado, segundo fonte segura, corre contra o tempo para tentar provar que de fato foi o acusado autor deste duplo homicídio.

À época dos fatos, o acusado não conseguiu provar a origem de algumas lesões que sofreu no corpo, sendo que os moradores desconfiam que as adolescentes arranharam ele, motivo pelo qual foi coletado material sob as unhas delas a fim de fazer um exame de DNA com o acusado.

“O resultado dos exames deve sair em pelo menos trinta dias e ai poderemos dizer se o material coletado das unhas delas é compatível com o material coletado do acusado, então teremos uma prova técnica”, comenta Marcos Jová.

“Continuamos trabalhando no caso, ele, negou que conhecia os pais das crianças, entretanto esteve na casa de uma delas durante o dia e não foi ao velório o que levantou suspeitas”, explica Edivaldo dos Santos.

Para o delegado, não resta dúvidas que o acusado, de fato cometeu os crimes, porém na época dos fatos não conseguiu reunir provas suficientes, o que está fazendo agora, porém o trabalho corre o risco de ficar inócuos, tendo em vista que o acusado está foragido.

“Vamos refazer tudo para provar que o acusado, de fato cometeu os crimes, uma vez que é o principal suspeito e não tem outra linha de investigação, além do mais este foi um caso que causou grande comoção”, conclui. 

Peritos do IML se desdobram para coletar material de vítimas