sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Santarém tem primeira floresta certificada


 
A produção de madeira sustentável está em alta no Pará. Segundo a Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), o setor fechou o primeiro semestre de 2012 com um crescimento superior a 20% e com a venda de mais de 60% de madeira com valor agregado. Esses resultados positivos foram reforçados com mais uma conquista: a concessão inédita do “selo verde” a uma floresta da região amazônica localizada no Oeste paraense.
A certificação é concedida pelo Forest Stewardship Council (FSC - sigla em inglês para Conselho Brasileiro de Manejo Florestal) às empresas que adotam práticas sustentáveis de atuação em áreas de floresta, garantindo a eficiência econômica, social e ambiental da exploração madeireira.
O Grupo Rondobel é o primeiro do Oeste do estado a receber a certificação, após auditoria em 2011 do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). Atualmente, a empresa é responsável pelo manejo de uma área particular de aproximadamente 16 mil hectares de floresta nativa, localizada no município de Santarém. O grupo trabalha com a produção de madeira em tora de espécies como maçaranduba, itaúba, quarubarana, jatobá, cupiúba e tauari.
Para Fernanda Belusso, sócia-proprietária da Rondobel, cuja produção industrial também já contava com o selo FSC de sua serraria desde 2010, essa nova certificação serve de exemplo para outras empresas do setor. "Mostramos assim a toda a sociedade que é possível uma empresa de pequeno porte produzir de forma sustentável", comenta Belusso.
Monitoramento - A empresa também contou com a assessorias da organização não-governamental The Forest Trust (TFT), que auxilia empresas privadas na conquista do FSC e da terceirizada Dendrolog que elabora o Plano de Manejo e aplica as técnicas de exploração de impacto reduzido/sustentável.
Andresa Dias, analista de projetos do TFT, afirma que a certificação representa o compromisso da empresa com o meio ambiente e qualidade de vida das pessoas envolvidas nos processo. “Quando uma empresa torna-se parceira do TFT, significa que ela assumiu o compromisso com a sustentabilidade, o que para nós é muito importante”, ressalta.
Para alcançar o selo, a empresa buscou estratégias de monitoramento para proteger e identificar espécies animais que estejam ameaçadas ou sob algum risco. Palestras sobre conscientização ambiental nas comunidades próximas a empresa, fixação de placas educativas, mapeamento de espécies de fauna e flora também fizeram parte do plano de trabalho na região.
Hoje, reuniões entre a empresa e lideranças das comunidades vizinhas são realizadas a cada 45 dias para tratar sobre possíveis formas de mitigar impactos ambientais da atividade madeireira na região. Os encontros resultaram na elaboração de um plano de ação que incluiu metas e cronograma para a resolução dos problemas. De acordo com o sociólogo da empresa, Lucinaldo Blandtt, integrante da câmara de comunicação e resolução de conflitos da Rondobel, medidas como essa ajudaram a melhorar a comunicação entre as instituições e populações locais.

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