sexta-feira, 15 de junho de 2018

Latrocínio e paixão não correspondida motivaram chacina




Pelo menos duas teses são levantadas pela Polícia Civil no caso envolvendo a chacina de São Geraldo do Araguaia. Latrocínio e uma paixão não correspondida.

Quatro membros de uma mesma família foram assassinados esta semana na fazenda Resende, zona rural de São Geraldo do Araguaia.

As vítimas, Antonio Gomes de Sousa, pai, Sandra Rosa Sales da Silva, mãe, e os dois filhos do casal, Charles da Silva Sousa e a adolescente Catiele da Silva Sousa, que tinha apenas 16 anos.

O acusado, Adriano Fernandes dos Santos Costa foi autuado em flagrante por homicídio qualificado pelo delegado Gabriel Ângelo de Oliveira Santos e está custodiado numa cela em São Geraldo do Araguaia, mas pode ser transferido para Marabá na próxima semana.

O conteúdo do depoimento do acusado ainda não está disponível no site do Tribunal de Justiça, muito embora o caso não tramite em segredo de Justiça. Por sua vez, o delegado não comentou o caso sob alegação que não tinha ordem para tal.

Entretanto, a reportagem levantou as duas hipóteses acima citadas por meio do tio do Antonio Gomes, o cidadão Elias Gonçalves de Sousa.

A hipótese de latrocínio se sustenta tendo em vista que os policiais militares que realizaram a prisão do acusado encontraram cerca de R$ 700,00 no bolso do Adriano Costa, bem como o acusado trocou os pneus da moto dele, na quinta-feira. Detalhe, ele, não tinha recebido o pagamento dele.

Ademais, conta Elias, o sobrinho dele tinha guardado na casa, cerca de R$ 5 mil, o que teria despertado a cobiça do acusado. A outra possibilidade diz respeito a uma paixão não correspondida por parte da adolescente. A jovem foi a terceira a ser assassinada.

O casal foi morto com tiros de espingarda cartucheira calibre 20. As mortes ocorreram no início da manhã de quarta-feira (13).

Após matar o casal, o acusado ficou à espreita aguardando a adolescente retornar da escola onde estudava na Vila Novo Paraíso.

Em seguida, Adriano Costa montou nova tocaia à espreita do jovem Charles, que também foi abatido com tiros na cabeça e tórax. Não satisfeito em matar, o acusado ocultou os corpos. Charles foi jogado numa vala, no pasto da fazenda, já as outras vítimas foram camufladas dentro de um toco de uma árvore da castanha do Pará.

A frieza do acusado é tamanha, que após os crimes, permaneceu na fazenda, como se nada tivesse ocorrido, inclusive tentou limpar os vestígios do crime, pois lavou a casa.

À noite dormiu o sono dos anjos, no dia seguinte fez almoço, comeu normalmente até ser inquirido pelos parentes das vítimas, que àquela altura desconfiaram que alguma coisa estava errada.

Em princípio ele negou e disse que não sabia do paradeiro das pessoas, porém o quarto do casal estava trancado e o carro do Antonio Gonçalves estava na garagem.

O crime foi descoberto quando os parentes retornaram à casa onde a família morava, na manhã da última quinta-feira (14). O retorno foi acompanhado de policiais militares da Vila Novo Paraíso.

Polícia e parentes das vítimas abriram o quarto do casal e perceberam que o colchão do caso fora cortada como se o acusado quisesse retirar a parte manchada com o sangue das vítimas.

Em vão, pois àquela altura todas as desconfianças eram direcionadas pra ele. Mais vestígios foram descobertos, como sangue próximo ao poço da casa e numa varanda.

Mesmo com todas as provas e vestígios, os acusado insistia em negar até ser preso, algemado e conduzido até a delegacia de São Geraldo do Araguaia onde confessou o crime com riqueza de detalhes.

Nunca é demais lembrar que a família assassinada trabalhava na fazenda Resende há pelo menos 13 anos, sendo que o acusado morava e trabalhava na propriedade há 3 anos.

Neste período ele deu sinais de piscopatia, ou sociopatia ao de insinuar para a jovem, porém não teve a paixão correspondida.

Também, segundo Elias Gonçalves, ano passado, o acusado teria furtado cerca de mil reais do filho do pecuarista. O caso foi abafado e Adriano Costa continuou trabalhando na propriedade, até cometer esta barbárie.
   


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