segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Acusado de matar professor parecia um pop star


Cercado de um enorme aparato policial, sem algemas, calçando chinelos, vestindo uma bermuda jeans e camiseta. Dessa forma desembarcou em Marabá, na noite da última sexta-feira (10), o policial militar Felipe Freire Sampaio Gouveia, acusado de ter matado com dois tiros o professor Ederson Costa dos Santos, crime ocorrido dia 4 de agosto.

O caminhar, idêntico à pessoa que executa o professor, cujo vídeo é de conhecimento público. Desceu, da viatura da Polícia Militar do Maranhão, seguiu direto para a carceragem em Marabá. Não se preocupou em baixar a cabeça, ou responder às perguntas dos repórteres.

Alias, pergunta é algo que soa como ofensa ao acusado, uma vez que não respondeu nenhuma pergunta do delegado Ivan Pinto ainda em Imperatriz, por conta da prisão dele. Alegou que não tinha advogado, e que, portanto se manteria em silêncio.

Já a namorada dele, a Thais Santos Rodrigues segue foragida. Os dois constam com mandados de prisões preventivas expedidos pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal de Marabá, Alexandre Hiroshi Arakaki.

Para a Polícia, os dois acusados participaram direta e indiretamente do crime. Ele apertou o gatilho, ela, se omitiu, ou colaborou para este desfecho trágico.

Nunca é demais lembrar, que um acidente de trânsito teria motivado este crime, uma vez que o professor Ederson Costa teria forçado uma ultrapassagem e provocado um acidente na rodovia transamazônica.

O carro dirigido pelo policial militar, modelo Fox, vermelho, placa OFM-8620 teria sofrido uma avaria frontal, enquanto que o carro do professor, um HB-20, cinza, placa QEF-9354 ficou levemente arranhado no para choque. Consta ociosamente que os três travaram breve discussão em torno do ressarcimento de danos ao casal, já que o professor teria causado indiretamente o acidente.

No vídeo que a Polícia tornou público, o matador para o carro, logo em seguida dá início a uma conversa que termina na execução.

Dois tiros mataram o professor, todos na cabeça. A velocidade e habilidade com a qual o matador saca a arma é impressionante. Os projéteis atingiram a cabeça da vítima.

A partir deste crime, que teve ampla repercussão em Marabá a equipe da Divisão de Homicídios, à frente o delegado Ivan Pinto, iniciou a investigação que culminou com a prisão do acusado. A prisão temporária do policial militar tem prazo de trinta dias. Ele já foi transferido para o presídio Anastácio das Neves, em Belém. A namorada dele, agora foragida, inclusive consta no cartaz de procurada do Disque Denúncia.


Advogado ainda não teve versão de acusado

Assim como a Polícia Civil, o advogado criminal Ramos, contatado para defender os interesses do policial militar, Felipe Freire Sampaio Gouvea, acusado de ter matado a tiros o professor Ederson Costa dos Santos, ainda não teve acesso aos autos do processo, tampouco a versão do cliente dele para esta acusação que lhe é imputada.

“Não sei as razões, nem se ele foi o autor, devo ter acesso ao inquérito nesta terça-feira, somente depois posso me posicionar oficialmente. Pra se ter uma idéia ainda não conversei com o meu cliente a respeito do caso”, sustenta.

Para Arnaldo Ramos, a imagem formada pela sociedade em relação ao trabalho de um advogado criminal é equivocada. “A sociedade imagina que o advogado é contratado para defender bandido, não é, somos profissionais que zelam pelo cumprimento das leis e da Constituição Federal”, afirma.

É nesta direção que pretende atuar, fazer com que o Código Penal e a Constituição Brasileira sejam cumpridas e que o cliente dele tenha um julgamento justo e não uma condenação sumária pela opinião pública.

Em se tratando das medidas judiciais que deve tomar, nesta quarta-feira, deve peticionar, um pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Caso esta corte negue o pedido, o caminho a seguir é peticionar junto ao Supremo Tribunal Federal o HC.




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