Cercado de
um enorme aparato policial, sem algemas, calçando chinelos, vestindo uma
bermuda jeans e camiseta. Dessa forma desembarcou em Marabá, na noite da última
sexta-feira (10), o policial militar Felipe Freire Sampaio Gouveia, acusado de
ter matado com dois tiros o professor Ederson Costa dos Santos, crime ocorrido
dia 4 de agosto.
O caminhar,
idêntico à pessoa que executa o professor, cujo vídeo é de conhecimento
público. Desceu, da viatura da Polícia Militar do Maranhão, seguiu direto para
a carceragem em Marabá. Não se preocupou em baixar a cabeça, ou responder às
perguntas dos repórteres.
Alias,
pergunta é algo que soa como ofensa ao acusado, uma vez que não respondeu
nenhuma pergunta do delegado Ivan Pinto ainda em Imperatriz, por conta da
prisão dele. Alegou que não tinha advogado, e que, portanto se manteria em silêncio.
Já a namorada
dele, a Thais Santos Rodrigues segue foragida. Os dois constam com mandados de
prisões preventivas expedidos pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal de Marabá,
Alexandre Hiroshi Arakaki.
Para a
Polícia, os dois acusados participaram direta e indiretamente do crime. Ele apertou
o gatilho, ela, se omitiu, ou colaborou para este desfecho trágico.
Nunca é
demais lembrar, que um acidente de trânsito teria motivado este crime, uma vez
que o professor Ederson Costa teria forçado uma ultrapassagem e provocado um
acidente na rodovia transamazônica.
O carro
dirigido pelo policial militar, modelo Fox, vermelho, placa OFM-8620 teria
sofrido uma avaria frontal, enquanto que o carro do professor, um HB-20, cinza,
placa QEF-9354 ficou levemente arranhado no para choque. Consta ociosamente que
os três travaram breve discussão em torno do ressarcimento de danos ao casal,
já que o professor teria causado indiretamente o acidente.
No vídeo que
a Polícia tornou público, o matador para o carro, logo em seguida dá início a
uma conversa que termina na execução.
Dois tiros
mataram o professor, todos na cabeça. A velocidade e habilidade com a qual o
matador saca a arma é impressionante. Os projéteis atingiram a cabeça da
vítima.
A partir
deste crime, que teve ampla repercussão em Marabá a equipe da Divisão de Homicídios,
à frente o delegado Ivan Pinto, iniciou a investigação que culminou com a
prisão do acusado. A prisão temporária do policial militar tem prazo de trinta
dias. Ele já foi transferido para o presídio Anastácio das Neves, em Belém. A
namorada dele, agora foragida, inclusive consta no cartaz de procurada do
Disque Denúncia.
Advogado ainda
não teve versão de acusado
Assim como a
Polícia Civil, o advogado criminal Ramos, contatado para defender os interesses
do policial militar, Felipe Freire Sampaio Gouvea, acusado de ter matado a
tiros o professor Ederson Costa dos Santos, ainda não teve acesso aos autos do
processo, tampouco a versão do cliente dele para esta acusação que lhe é
imputada.
“Não sei as
razões, nem se ele foi o autor, devo ter acesso ao inquérito nesta terça-feira,
somente depois posso me posicionar oficialmente. Pra se ter uma idéia ainda não
conversei com o meu cliente a respeito do caso”, sustenta.
Para Arnaldo
Ramos, a imagem formada pela sociedade em relação ao trabalho de um advogado criminal
é equivocada. “A sociedade imagina que o advogado é contratado para defender
bandido, não é, somos profissionais que zelam pelo cumprimento das leis e da
Constituição Federal”, afirma.
É nesta direção
que pretende atuar, fazer com que o Código Penal e a Constituição Brasileira
sejam cumpridas e que o cliente dele tenha um julgamento justo e não uma condenação
sumária pela opinião pública.
Em se
tratando das medidas judiciais que deve tomar, nesta quarta-feira, deve
peticionar, um pedido de Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Estado do
Pará. Caso esta corte negue o pedido, o caminho a seguir é peticionar junto ao
Supremo Tribunal Federal o HC.
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