sexta-feira, 10 de agosto de 2018

PM preso e namorada foragida



Após a prisão do soldado da Polícia Militar do Maranhão, Felipe Freira Sampaio Gouveia, a Polícia Civil do Pará direciona as atenções visando prender a namorada dele, Thais Santos Rodrigues. Ambos são acusados de matar o professor Ederson Costa dos Santos.

Ele foi preso na tarde desta quinta-feira no 3º Batalhão de Polícia Militar do Maranhão, onde é lotado. O comandante daquela unidade militar, tenente coronel Ilmar Lima Gomes convocou o soldado para que ele se apresentasse no quartel, onde ele recebeu voz de prisão.

Duas equipes da Polícia Civil, comandadas pelos delegados Vinicius Cardoso das Neves e Ivan Pinto, este lotado na Divisão de Homicídios e responsável pela investigação coordenaram a prisão. O soldado foi transferido para Marabá neste final de semana, mas deve ser recambiado para o presídio Anastácio das Neves, em Belém.

Por sua vez, Thais Santos Rodrigues é considerada foragida, já que tanto ela, quanto o namorado, constam com prisão temporária decretada por supostamente ter matado o professor. As ordens judiciais foram exaradas pelo juiz titular da 3ª Vara Criminal de Marabá, Alexandre Hiroshi Arakaki.

Acidente de trânsito motivou crime


Dia 4 de julho, madrugada, por volta das 1h20, dois tiros puseram fim à vida do professor Ederson Costa dos Santos, morto sem ao menos esboçar nenhum tipo de reação.

O crime, ocorreu em frente à escola do Sesi, no bairro Cidade Nova. O matador, porém não contava, que toda a cena estava sendo capturada por uma câmera de segurança.

Um acidente de trânsito, que o professor teria provocado, aconteceu na rodovia Transamazônica, menos de 500 metros de onde aconteceu o crime, causou um estrago na frente do carro do soldado, um Fox vermelo, placa OFM-8620. Já o carro do professor, um HB-20, placa QEF-9354 ficou levemente avariado na parte traseira.

Chama a atenção a frieza com a qual o acusado executa a vítima. Saca arma e efetua os dois tiros. Em seguida, se agacha, apanha alguns objetos, se levanta e vai embora tranquilamente, acompanhado da namorada, que também não parece se importar nenhum pouco com o crime.


Câmera flagra toda a ação

Quem ver o matador em ação, de imediato, conclui que a pessoa em questão tem conhecimento de causa e sabe manusear uma arma de fogo.

O matador, antes de executar a vítima, passa a mão na cabeça duas vezes, mas em seguida, saca arma numa velocidade assustadora, efetua os dois tiros, à queima roupa, todos na cabeça, acoplados, um próximo do outro.

A vítima se mantém inerte. A única vez em que o professor esboça alguma ação é quando tenta entrar no carro, mas é alvejado mortalmente.

O vídeo, de cinco minutos e nove segundos mostra todo o cenário. Aparentemente há uma conversa entre os acusados e o professor. Quando tudo parece resolvido, aos 4’, 44”, o matador saca a pistola e efetua os tiros. Em seguida, se abaixa e apanha alguns objetos.

Este movimento foi interpretado por muitos policiais como sendo uma tentativa do matador se livrar das cápsulas, mas na verdade, foi recolhido a carteira e o telefone celular da vítima.

A rigor foram as cápsulas que deram origem à investigação, uma vez que de imediato, os policiais civis identificaram se tratar de uma arma de uso restrito da Polícia.

A Polícia Civil identificou que o lote em questão foi vendido pela CBC à Polícia do Maranhão, especialmente ao município de Imperatriz.

A partir daí, deu-se início a uma verdadeira caçada humana durante todo o final de semana, até que a Polícia conseguiu identificar as duas pessoas, bem como pediu as prisões de ambos à Justiça.

As prisões preventivas têm prazo de trinta dias. Durante este tempo, a Polícia Civil deve colher as provas e apresentar ao juiz Alexandre Arakaki, que deve optar em manter, revogar, ou converter a prisão para preventiva.

Advogado já trabalha defesa

Por seu turno, o advogado criminalista Arnaldo Ramos informou que parente do soldado o contrataram para atuar neste caso.

Porém, o causídico disse que ainda não tinha conseguido falar com o acusado Felipe Freire, mas adiantou que deve manusear recursos visando a liberdade do cliente dele.

“Todos são inocentes até que se prove o contrário, então, devemos tomas as medias cabíveis necessárias que o caso requer”, adianta Arnaldo Ramos.

O caminho a seguir é longo. Primeiro, o advogado deve requerer a revogação de prisão, seja temporária, ou preventiva na Comarca local, em seguida, caso o juiz Alexandre Arakaaki negue, esse pedido é direcionado ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Em se havendo nova negativa, o caminho é o Supremo Tribunal Federal, onde há um entendimento por parte de muitos ministros, que o chamado clamor popular, ou repercussão por conta de uma notícia de crime, não é parâmetro para a decretação, ou manutenção de prisão preventiva.

“Então acreditamos que o STF deve conceder um HC em favor do nosso ciente, depois vamos analisar conjuntamente qual o melhor caminho, ou tese que devemos adotar para provar a inocência do nosso cliente”, salienta.


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