segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Agente pastoral e sem-terra ameaçados de morte

A Coordenação da CPT - Regional Araguaia-Tocantins, em nota assinada por
Pedro Ribeiro e Samuel Viana, afirma que nos últimos meses o agente pastoral Silvano Lima Rezende e trabalhadores rurais do Projeto de Assentamento Santo Antonio Bom Sossego, município de Palmeirante-TO, sofrem ameaças de morte e são perseguidos. O assentamento fica situado a aproximadamente 40 quilômetros da cidade de Colinas do Tocantins-TO e a 03 km da TO-225 lado leste.
A área, no passado, foi grilada por três fazendeiros e está ocupada desde 2005 por trabalhadores rurais sem terra. Na criação do assentamento o INCRA fez um acordo verbal com os ditos “fazendeiros” e reduziu o assentamento que era previsto inicialmente para 19 famílias e assentou apenas nove dessas famílias, deixando o restante da área reivindicada para os grileiros. As 10 famílias não assentadas continuaram ocupando a área entregue, de forma irregular e através de influências políticas aos grileiros.
Recentemente tem ocorrido a exploração de madeira da reserva legal do assentamento. A ocupação legítima desses trabalhadores tem provocado reações violentas por parte dos fazendeiros e madeireiros que vêm se concretizando através de pistoleiros em perseguições.
Desde março deste ano o agente pastoral Silvano Lima Rezende recebeu a primeira ameaça de morte após denunciar a presença de homens armados dentro do Assentamento.
No período de agosto de 2010 até o último domingo, ocorreram vários episódios agravando os conflitos entre trabalhadores rurais sem terra e pistoleiros. É constante a presença de pistoleiros armados na área. No início desse mês, pistoleiros atearam fogo em barracos de famílias ocupantes, destruindo vários barracos. Um dos posseiros viu a presença dos criminosos na área. Entre eles, um dos grileiros.
Diante da situação insustentável e conflituosa, a Coordenação do Regional Araguaia- Tocantins da CPT exige que as autoridades investiguem as denúncias de ameaças e as violências praticadas e que façam cumprir os dispositivos constitucionais da função social da propriedade, reconhecendo os direitos dos trabalhadores que resistem na terra.
Ao mesmo tempo expressa apoio e solidariedade aos trabalhadores sem-terra, ocupantes da área e ao agente pastoral Silvano, ameaçados e perseguidos, desejando-lhes obstinação e firmeza ao lado daqueles que ao longo da história sofrem a exclusão dos direitos, principalmente, do acesso a terra.

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