quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Espetacularização" da prisão de Ferreirinha

Da forma como foi postado em alguns blogs de Marabá até parece que o fato de alguns repórteres estarem na frente da casa do ex-vereador Sebastião Ferreira Neto, o Ferreirinha, preso na última sexta-feira (10) e solto nesta quarta à meia-noite, teria alguma relação a vazamento de informações privilegiadas.
Pelo menos no caso deste repórter (Edinaldo Sousa) foi puramente por tato e coincidência. Perto da casa do Ferreirinha havia ocorrido um homicídio, cuja vítima foi José Wedson Teixeira, morto a tiros em frente a um hotel.
Agora, ocorre que a caminho desta cobertura, “farejei” e percebi uma movimentação de viaturas da PF em frente da casa dele. Ato contínuo, fui ao palco do crime, captei algumas imagens e me desloquei para conferir a movimentação estranha.
Até aquele momento não sabia o que estava acontecendo e somente por volta de 10 horas da manhã, e já na Delegacia de Polícia Federal levantei que se tratava da Operação Alvorecer, ocasião em que a PF havia prendido quatro pessoas em Marabá e Belém.
Portanto, pelo menos pra mim não me foi passada nenhuma informação antes das prisões. Vale lembrar, contudo, que este repórter, através de fontes seguras, ficou sabendo que haveria uma grande operação na cidade, contudo não sabia o dia e nem quem seria o alvo.
Até porque a PF, muito embora não tenha procuração para defendê-la, não repassou nenhuma informação que indicasse tal operação.
Salientando também que o repórter costuma estar antenado aos fatos que acontecem na cidade e deve, necessariamente, ter fontes para que possa captar as matérias e assim sair na frente com o que chamamos de “furo jornalístico”, tal qual aconteceu recentemente no escândalo envolvendo a vereadora Ismaelka Tavares (PTB).
Portanto a dita “Espetacularização”, mencionada nos blogs, não tem sentido. Por outro lado, quem ganha com a divulgação de tais fatos com destaque é a opinião pública, que pode, assim, fazer o juízo de valor que lhe convier.
Ademais, quantos outros acusados, ou investigados são presos diariamente em Marabá e região e não vê o clamor e as defesas prévias que aconteceram neste caso, afinal como diria Eduardo Galeano, "são os ninguéns, os donos de nada", hein?

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