terça-feira, 17 de abril de 2012

Poucos avanços após o Massacre de Eldorado de Carajás

Colonos têm dificuldades em se manter nos lotes por falta de estrutura









Dezesseis anos após o evento que projetou negativamente o Pará, o Massacre de Eldorado de Carajás, em 17 de abril de 1996, os avanços são pífios.
Quem afirma é o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista Gonçalves Afonso. Para ele a atual conjuntura política é totalmente desfavorável aos movimentos sociais.

Por décadas, a reforça agrária foi feita a fórceps e por conta dos vários problemas estruturais que terminam provocando um êxodo rural.

“Muitos assentados têm dificuldades em permanecer no campo por conta destes problemas”, garante.
A luta pela reforma agrária é feita de suor, sangue e lágrimas. Desde o Massacre, pelo menos 200 pessoas foram assassinadas e outras 809 lideranças camponesas estão ameaçadas de morte e pelo menos 463 fazendas foram ocupadas.

De outra parte, José Batista lembra que o agronegócio ganha cada vez mais força e tentáculos políticos em detrimento da agricultura familiar que está cada vez mais capenga.
Para ele, os avanços na agricultura familiar estão diretamente ligados à capacidade de mobilização dos movimentos sociais, contudo o momento para estas entidades é desfavorável.

Um dos reflexos é a completa falta de estrutura financeira, tanto que este ano o MST não realizou nenhum ato em Belém.
A manifestação mais contundente acontece na Curva do S, distante cerca de 3 quilômetros de Eldorado do Carajás, onde aconteceu o Massacre. Um culto ecumênico marcou o ato, que foi precedido de diversas manifestações culturais e de políticos regionais.

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