quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Oleiro morto a paulada e facadas

Vítima estava desaparecida há cerca de um mês; acusados foram presos e estão à disposição da Justiça


Corpo encontrado dentro de barreiro



Edinaldo Sousa

De Marabá


Após mais de um mês de buscas, finalmente a Polícia identificou o que aconteceu com o oleiro ceramista, Raimundo José da Cruz e Silva 43 anos.
Ele foi morto a pauladas e golpes de arma branca e posteriormente teve o corpo jogado dentro de um barreiro na olaria, área de várzea localizada entre a ponte e a Marabá Pioneira.
A investigação, em princípio foi feita pelo sargento Josiel Alves, lotado no 4º Batalhão de Polícia Militar. Ele disse que foi contatado por alguns amigos de Raimundo José e relataram o súbito desaparecimento dele.
Ao constatar a denúncia, o militar disse que desconfiou do comportamento de três pessoas que trabalhavam com o Raimundo José, pois um deles vendia Messias da Silva 26 anos, o patrimônio do então desaparecido.
Desconfiado de que de fato esses três suspeitos Alves, juntamente com investigadores da Divisão de Homicídios, no domingo foram até a olaria e encontrou Erinaldo da Conceição Sales 21 e Enos Correa da Silva.
Em princípio os dois negaram envolvimento com o desaparecimento de Raimundo José, porém após uma conversa de pé de ouvido, informaram que seria o Messias da Silva quem estaria vendendo os tijolos e os porcos da vítima.
Raimundo José, nesta área de olaria criava vários porcos e galinhas e após o desaparecimento dele, os três acusados passaram a vender tais animais. No pátio desta olaria há pelo menos 200 mil tijolos, sendo que cada milheiro custa R$ 100,00.
A partir da dilapidação do patrimônio do desaparecido os policiais fizeram as buscas e localizaram os suspeitos, sendo que Messias da Silva estava na Folha 14, Nova Marabá quando foi preso pelo sargento Alves.
Eles foram autuados pela delegada Adriana Sacramenta Silva por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O juiz titular da 7ª Vara de Execuções Penais de Marabá, Jonas da Conceição Silva decretou a prisão preventiva do trio, tendo em vista que eles poderiam fugir da Comarca e também pelo fato de ter confessado o crime à delegada.



Acusado dá detalhes de como matou vítima


Conduzidos até a 21ª Seccional Urbana, ainda no domingo, Messias da Silva não só confessou o crime, mas forneceu detalhes acerca de como cometeu o crime.
Ele contou à delegada Adriana Sacramenta Silva que efetuou um golpe de madeira na cabeça de José Raimundo e diversos golpes de arma branca.
O crime aconteceu no final de uma tarde. Os três viram quando a vítima dava os últimos suspiros numa área onde seria uma pequena horta.
Após perceberem que Raimundo José tinha morrido, os três colocaram o corpo num carrinho de mão, e amarraram-no a um saco de fibra com tijolos dentro e jogaram o corpo dentro de um barreiro onde foi retirado argila para a produção de tijolos.
Porém dois dias após o “sepultamento” o corpo de Raimundo José emergiu, forçando os três a eviscerar o corpo e colocar pedras e tijolos dentro, assim como amarrá-lo novamente ao saco com pedras, tijolos e dessa vez, colocaram tábuas e uma grade de ferro por cima.
Messias da Silva contou o caso como se nada tivesse acontecido, inclusive foi até a olaria, acompanhado do sargento Alves e do investigador Paulo, onde mostrou passo a passo como cometeu o crime.
Os três disseram que mataram Raimundo José porque estava sendo ameaçado de morte, uma vez que a vítima teria matado duas pessoas, porem não soube dizer quem seriam essas vítimas.
Retro escavadeira - Militares do Corpo de Bombeiros, coordenados pelo sargento Rogério, tiveram muito trabalho para resgatar o corpo que estava imerso no barreiro.
Após horas esgotando um barreiro vizinho de onde o corpo estava, os militares chegaram com uma retro escavadeira cedida pela CMT Engenharia, empresa que trabalha na Duplicação da Transamazônica e finalmente o corpo foi resgatado no final da tarde de domingo.
Durante todas as tentativas dos Bombeiros, uma multidão de curiosos ficava em volta do barreiro, muito embora o corpo exalava um odor fétido quase que insuportável. (E.S.)

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