quinta-feira, 2 de junho de 2011

Madeireiras podem ter licenças cassadas


 

O Ibama vai requerer o cancelamento das licenças ambientais emitidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará (Sema) para 12 madeireiras de Nova Ipixuna, no sudeste do estado, onde há uma semana assassinaram os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva 54 e Maria do Espírito Santo da Silva 53.
O superintendente do instituto no Pará, Sérgio Suzuki, entrega o documento que encaminha o processo de suspensão à secretária de Meio Ambiente do Pará, à Teresa Cativo, em reunião na manhã desta sexta-feira (03), em Belém.
“As madeireiras possuem vasta lista de antecedentes no cometimento de infrações ambientais junto ao Ibama. Mas, apesar das constantes multas impostas, as atividades irregulares persistem, muitas das vezes com o não atendimento, sequer, das exigências das licenças ambientais emitidas pela Sema do Pará”, justificou o superintendente.
O Ministério Público Federal (MPF) também será acionado pelo Ibama, porque existem outros crimes envolvidos, como falsificação de documentos e inserção de informações falsas em sistemas de controle oficiais, como o Sisflora.
“A reincidência também indica que essas madeireiras podem existir para permitir, facilitar ou ocultar a prática de crimes ambientais”, afirma Suzuki.
As empresas incluídas na lista da cassação são: Madeireira Bom Futuro Ltda, MP Torres e Cia Ltda, Madeireira Belmonte Ltda, Tedesco Madeira Ltda, Madeireira Eunápolis Ltda, Serraria Tico Tico Ltda, SC Santos Madeireira Ltda, Paulo Mendes Souza e Cia Ltda, Manoel Acácio Carneiro ME, PH Laminados e Compensados Ltda, Gilmar Rodrigues Silva ME e NS Filofo.
Desde sábado (28), o Ibama intensificou a fiscalização ambiental em Nova Ipixuna. Esta semana, os agentes federais iniciaram vistorias nas madeireiras e constataram que eram todas reincidentes nos crimes ambientais. Até o momento, já foram aplicadas 952,3 mil em multas e fechadas cinco empresas.

Os fiscais também destruíram dezenas de fornos ilegais de carvão e multaram assentados que se associaram a madeireiros para exploração irregular da floresta dentro do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, onde viviam os líderes extrativistas assassinados.


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