sexta-feira, 7 de junho de 2013

Índios desobstruem rodovia



Sompré: índios não aceitam a Danielle Cavalcante


No início da noite da última terça-feira, índios de várias etnias do sul e sudeste paraense, desmontaram o bloqueio na rodovia 153, à altura da aldeia Suruí Sororó em São Geraldo do Araguaia.
As manifestações dos índios iniciaram no dia 7 de maio com a ocupação da rodovia BR-222 à altura da reserva Mãe Maria, em Bom Jesus do Tocantins.
O protesto se deu em função da precariedade do sistema de saúde indígena e por conta da coordenadora do Distrito Guamá Tocantins, Danielle Cavalcante a quem acusa de má gestão e assédio moral aos funcionários da Secretaria de Especial de Saúde Indígena (Sesai).
O desmonte do bloqueio aconteceu em função de um compromisso de que uma reunião entre lideranças indígenas e representantes do Ministério da Saúde no início da próxima semana a fim de que a situação seja resolvida e que Danielle Cavalcante não permaneça no cargo.
Apesar da manifestação ser justa, causou estragos na economia regional e pelo menos sete municípios foram diretamente atingidos, São Geraldo, Piçarra, São Domingos, Palestina do Pará, São João do Araguaia, Brejo Grande do Araguaia e Marabá.
O setor de construção civil foi um dos mais atingidos, uma vez que faltou cimentou durante uma semana no comércio marabaense.
Quem confirma é o micro empresário Anilton Dall Alba. Por semana ele compra pelo menos 250 sacas de cimento. A mercadoria é carregada em Xambioá-TO e transportada via BR-153.
“Deixamos de faturar neste período pelo menos R$ 10 mil e isso significa prejuízo, pois os nossos compromissos são diários e em muitos casos tenho de devolver o dinheiro para o cliente que comprou o cimento adiantado, pois não tenho a mercadoria para entregar”, lamenta.
Igualmente no prejuízo ficou o empresário Jorge Dutra, pois mesmo não dependendo do transporte única e exclusivamente pela rodovia 153, ficou sem cimento desde o final do mês de maio e só deve ser reabastecido no final desta semana.
“Compramos cimento da Paraíba e uma carreta está retida em São Geraldo do Araguaia”, comenta dizendo que amarga um prejuízo considerável não só pelo fato de não vender o cimento, mas de certa forma a escassez do produto provoca a evasão de clientes.
De outra parte o empresário lembra que há outra rota de entrada de mercadoria, por Redenção, no sul do Pará, contudo encarece o frete em pelo menos 10%”, garante.

“Tudo fica mais dispendioso, pois por esse trecho a rodovia é péssima e as empresas transportadoras não querem vir por esta rota, pois têm prejuízo, pois os caminhões estão mais suscetíveis às panes”, salienta.

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