Sem terra bloqueiam Transamazônica e cidade fica sitiada |
Promotora Suênia, Diassis Solidade e juiza Claudia Moura; negociação |
Força Nacional acompanha movimentação dos sem terra à distãncia |
Após seis horas de negociação, sem terra acampados às proximidades do Incra de Marabá, há mais de um mês, aceitaram dar uma trégua até a próxima segunda-feira (20), ocasião em que acontece uma audiência com o Ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, em Brasília.
O acordo foi intermediado pela juíza titular da Vara Agrária Regional, Cláudia Regina Moreira Favacho Moura e pela promotora agrária, Francisca Suênia Fernandes de Sá e prevê, que 20 integrantes das entidades de trabalhadores rurais se desloquem até Brasília para iniciar uma rodada de negociações com diversos órgãos ligados à reforma agrária.
Diante deste acordo, os sem terra, que ocupavam, desde as seis horas da manhã de hoje, aceitaram desobstruir a rodovia Transamazônica até a próxima segunda-feira, numa espécie de trégua.
Os sem terra alinhavaram ainda em âmbito municipal, que a prefeitura realize limpeza, coleta de lixo e até mesmo auxílio alimentação aos sem terra acampados na Agrópolis.
Esta foi a primeira vez na história de lutas dos movimentos sociais que uma juíza intervêm nesse tipo de situação. Para o advogado José Batista Gonçalves Afonso, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) é um fato marcante.
“Em 14 anos que acompanho a luta dos trabalhadores, nunca vi um juiz e um promotor intervir e acredito que é dessa forma que devem agir as autoridades, tratando o caso com um problema social e não caso de Polícia”, sentencia.
Comentou ainda que havia rumores de uma tropa do Comando de Missões Especiais (CME), desembarcaria em Marabá na tarde desta quinta-feira e tinha como missão desobstruir a pista, porém Batista foi categórico.
“Ao invés do Estado gastar dinheiro com o deslocamento de tropas, bem que poderia utilizar esse recurso para abrir e conservar estradas para os trabalhadores, que assim não estariam acampados aqui no Incra”, comentou.
Até a audiência, na segunda-feira, os sem terra mantém a trégua e não devem realizar mais manifestações como as duas interdições da Transamazônica, o que causou um grande rebuliço na cidade e modificou a rotina de grande parte da população.
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